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O produtor brasileiro está em estado de atenção diante do efeito da queda do dólar nas exportações e nos custos de produção
Desde 2021, o dólar vem se desvalorizando. Nos três primeiros meses de 2022, a moeda norte-americana alcançou R$ 4,70. Como as negociações de commodities, a comercialização de insumos agrícolas e a exportação são realizadas em dólar, a recente desvalorização da moeda impacta diretamente o produtor rural, mas não necessariamente de forma positiva.
Por que o dólar caiu?
Nos quatro primeiros meses de 2022, a moeda desvalorizou 14%, e a previsão é que alcance R$ 4,50, de acordo com estimativas do banco Itaú. A entrada de capital estrangeiro no Brasil, em virtude da instabilidade gerada pelo conflito entre Rússia e Ucrânia, e os elevados índices de inflação registrados em diversos países são alguns dos fatores envolvidos nessa queda. Outra importante questão é o aumento da taxa de juros brasileira, com a taxa do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) a 11,75% — uma taxa elevada atrai capital estrangeiro, mas também encarece o crédito rural para o produtor.
Real valorizado não reflete muitos benefícios
A alta no preço das commodities está anulando os possíveis benefícios da valorização da moeda brasileira e se reflete no preço de combustíveis e alimentos. O valor elevado desses produtos no mercado externo não consegue se equiparar à subida da inflação, fazendo que os preços se mantenham altos nesse período.
Por outro lado, o produtor que exporta grãos pode perder a margem de lucro com a queda do dólar. O grão passa a ser comercializado por um valor que pode não compensar os custos de produção, já que boa parte dos insumos foi comprada quando o dólar estava alto. Isso faz que o produtor tenha diminuída a capacidade de concorrência no mercado internacional.
Queda do dólar influencia agronegócio
As commodities são negociadas em dólar; por isso, quando ocorre forte variação da moeda, o preço de soja, trigo, milho e outros produtos recebe esse efeito simultaneamente. A oscilação da moeda deixa os produtores apreensivos, pois as alterações no valor do dólar refletem tanto nos custos (compra de insumos agrícolas) como na receita da produção a partir das exportações convertidas em real.
Com o dólar em queda, o preço da soja e de outros produtos, como trigo, café e milho, tem os valores desajustados, o que acaba influenciando nas margens de lucros, já que o produtor comprou os insumos com o dólar em alta. Nesses momentos, ter um bom planejamento faz toda a diferença para não ter perdas elevadas.
Os produtores vêm colhendo resultados pouco satisfatórios desde a quebra de produção da safra 2021/2022. A possível escassez de insumos também se apresenta como um problema a ser enfrentado, provocando forte pressão no mercado agrícola brasileiro. Segundo a Associação Brasileira de Produtores de Soja (Aprosoja), os defensivos sofreram reajuste de 300%. E ainda existe o risco climático, com possíveis períodos de déficit hídrico ou excesso de chuvas na próxima safra.
Fonte: Fonte: Cepea/Esalq, Agência Brasil, Extraclasse, Aprosoja