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De acordo com a análise da CNI, as exportações de bens da indústria de transformação cresceram, principalmente, devido às vendas externas para a União Europeia, para a Ásia (exceto China) e para a América Latina (exceto Mercosul), que tiveram influência positiva no resultado de 18,7%, 17,4% e 16,3%, respectivamente. Em conjunto, esses destinos foram responsáveis por mais da metade do crescimento das vendas externas desses bens na comparação entre 2013 e 2022.
Mas a América Latina foi protagonista: as vendas do setor para a região, incluindo o Mercosul, somaram US$ 47,0 bilhões em 2022 – valor responsável por 27,0% do crescimento das exportações da indústria, entre 2021 e 2022, representando 25,9% da pauta exportadora da indústria de transformação e 51,2% das vendas externas de maior intensidade tecnológica no último ano. “Esse protagonismo reforça a importância da região para a indústria brasileira”, destaca o documento.
Tendência de concentração em setores tradicionais foi mantida
Considerando apenas as exportações da indústria de transformação, não houve mudança na tendência do processo de concentração nos setores tradicionais, produtores de bens de consumo não duráveis e semiduráveis, principalmente na indústria de alimentos. Apesar do registro de crescimento nas exportações em 2022, os setores de bens de consumo duráveis e bens de capital não conseguiram acompanhar o crescimento dos setores de bens tradicionais e de bens intermediários.
Indústria apresentou propostas para retomada do setor
A melhoria do desempenho da indústria brasileira no mundo está diretamente ligada à implementação das propostas prioritárias para os 100 primeiros dias de governo, produzidas pela CNI e entregue ao governo federal. Além da redução do Custo Brasil, o documento propõe uma política industrial focada em missões para solucionar problemas coletivos e voltada para ciência, tecnologia e inovação, nos moldes das políticas recentemente implementadas por países desenvolvidos, como os Estados Unidos e a Alemanha.
Também propõe aumentar a integração internacional do país por meio da inserção da indústria brasileira às cadeias globais de valor – com a conclusão do Acordo Mercosul-União Europeia como primeiro passo e, em seguida, a expansão dos acordos com os países da América Latina para impulsionar a construção de cadeias de valor na região. Ambos os mercados, junto do norte-americano, representam o maior potencial para o crescimento das exportações da indústria de transformação, sobretudo de bens de capital e de consumo duráveis, que têm maior complexidade tecnológica e maior valor agregado.